domingo, 23 de maio de 2010

AO DIVINO ESPÍRITO SANTO


Que o meu entendimento,
alumiado pela graça santificante,
confesse, Senhor, a sua pequenez,
e declare, com humildade, os seus acanhados limites.
Pela Vossa complacência,
seja eu digno do dom de se alargar,
tanto quanto possível,
o horizonte da minha inteligência,
dada a fé minguada que borbulha na minha alma,
mas, sobretudo,
que cresça a minha fé,
em virtude da fragilidade do meu entendimento.

Por isso, ao lançar-me à obra que é causa Vossa,
eu Vos imploro, Senhor,
que aclareis a minha razão
como se não tivera mais que a fé indispensável
e, principalmente, volto a rogar-Vos,
que aumenteis a minha fé
atendendo à minha débil inteligência.

Amparado por Vós,
terão as minhas faculdades melhor disposição
para apreender e eleger o bem mais adequado.
Se o fraco poder dos meus reduzidos méritos
achar compaixão diante da Vossa infinita misericórdia,
ousarei esperar o gozo da bem-aventurança
na visão da Vossa divina majestade
e na companhia dos Vossos Anjos e Santos.

Permiti, ainda, Senhor,
que, nesta prece que Vos dirijo,
constitua, advogada minha,
a Virgem Santíssima,
Mãe de Vosso muito amado Filho.
Intercedendo Ela por mim,
estou certo que não me negareis
as dádivas que Vos peço.

E já que sinto o Vosso auxílio,
neste tempo em que vou de jornada,
ganho forças para exclamar
como o Bispo de Hipona:

Da quod iubes et iube quod uis! (1)

Joaquim Maria Cymbron
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  1. Confissões, Liv.X, 29.
NB.: Estas linhas saíram a lume, pela primeira vez, a 28 de Dezembro de 1978. Publicou-as o Semanário A Ordem, da diocese do Porto. Mais tarde, a revista espanhola Siempre p' Alante também as acolheu no seu número de 16 de Outubro de 2000, p.10.
JMC

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